RELAÇÕES TRABALHISTAS E O SUJEITO INDÍGENA:
integração ou exploração velada?
DOI:
https://doi.org/10.70940/rejud4.2024.280Palavras-chave:
Direitos indígenas, Direitos trabalhistas, Integracionismo, Trabalho precarizado.Resumo
O artigo discute e analisa de que modo as políticas e leis trabalhistas voltadas para os sujeitos indígenas, historicamente pautadas por abordagens "integracionistas" ou "assimilacionistas," negligenciam a diversidade de identidades culturais, estilos de vida e perspectivas dos povos originários. Esta “negligência” resulta em uma proteção inadequada das especificidades indígenas no âmbito laboral, o que pode favorecer a persistência do trabalho precarizado e desumanizante. Além disso, tanto em contextos urbanos quanto em seus territórios tradicionais, esses indivíduos podem ser expostos a dinâmicas de produção, exploração e consumo que não correspondem às suas ancestralidades e aos seus valores culturais.
Downloads
Referências
ALMEIDA, Antonio Cavalcante. Aspectos das políticas indigenistas no Brasil. Interações (Campo Grande), v. 19, n. 3, p. 611-626, 2018. Disponível em: https://www.scielo.br/j/inter/a/rQk3vztRBF6WNbwCdwPTPFQ/. Acesso em: 23 jan. 2025.
ARRUTI, José Maurício Andion. Morte e vida do Nordeste indígena: a emergência étnica como fenômeno
histórico regional. Revista Estudos Históricos, Rio de Janeiro, v. 8, n. 15, p 57-94, 1995. Disponível em: https://periodicos.fgv.br/reh/article/view/1995. Acesso em: 23 jan. 2025.
BERGER, William. Índios na cidade do capital: indígenas em contexto urbano na cidade do Rio de Janeiro em tempos de barbárie (2012-2017). Rio de Janeiro: Gramma, 2018.
BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidência da República, [2024]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htmAcesso em: 15 jan. 2025.
BRASIL. Lei n.º 6.001, de 19 de dezembro de 1973. Dispõe sobre o Estatuto do Índio. Brasília, DF: Presidência da República, [1996]. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6001.htm. Acesso em 17 jan. 2025.
BRASIL. Supremo Tribunal Federal (STF). ADPF 709 DF 0097227-03.2020.1.00.0000. Relator: Roberto Barroso. Data de julgamento: 16 mar. 2021. Disponível em : https://portal.stf.jus.br/processos/downloadPeca.asp?id=15345930413&ext=.pdf. Acesso em 17 jan. 2025.
BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. STF. ADPF 709 DF 0097227-03.2020.1.00.0000. Relator: Roberto Barroso. Data de julgamento: 21 out. 2020. Data de publicação: 23 out. 2020.
CALEFFI. Paula. O que é ser índio hoje? A questão indígena na América Latina/Brasil no início do século XXI. Diálogos Latinoamericanos, n. 7, p. 20-42, 2003. Aarhus: Aarhus Universitet, Dinamarca.
FUNDAÇÃO NACIONAL DO ÍNDIO (FUNAI). Resolução n.º 4, de 2021. Estabelece diretrizes para a proteção dos direitos dos povos indígenas. Disponível em: https://dspace.mj.gov.br/bitstream/1/6169/1/RES_FUNAI_2021_4.pdf. Acesso em: 16 jan. 2025.
IANNI, Octavio. Escravidão e Racismo. 2. ed. São Paulo: Hucitec, 1988.
KRENAK, Ailton. A vida não é útil. Pesquisa e organização: Rita Carelli. 1. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2020.
KRENAK, Ailton. Ideias para adiar o fim do mundo. São Paulo: Companhia das Letras, 2017.
LUCIANO, Gersem dos Santos (Baniwa). O índio brasileiro: o que você precisa saber sobre o povos indígenas no Brasil de hoje. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad), UNESCO; LACED/Museu Nacional, 2006. (Coleção Educação para Todos, Série Vias dos Saberes, n. 1) Disponível em: http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/pdf/indio_brasileiro.pdf. Acesso em: 23 jan. 2025.
LUKÁCS, Georg. Os princípios ontológicos fundamentais de Marx. Tradução Carlos Nelson Coutinho. São Paulo: Livraria Editora de Ciências Humanas, 1979. Disponível em https://forumeja.org.br/wp-content/uploads/tainacan-items/1688/436084/LUKACS-George-Os-Principios-Ontologicos-Fundamentais-de-Marx_0.pdf. Acesso em: 23 jan. 2025.
MARINI, Ruy Mauro. Dialética da dependência. In: SADER, E. (Org.). Dialética da dependência: uma antologia da obra de Ruy Mauro Marini, Petrópolis: Vozes/CLACSO/Laboratório de Políticas Públicas, 2000. p. 105-165. (Coleção A Outra Margem).
MARQUESE, Rafael de Bivar. A dinâmica da escravidão no Brasil: resistência, tráfico negreiro e alforrias, séculos XVII a XIX. Novos estudos CEBRAP, São Paulo, n. 74, p. 107-123, 2006.
MARX, Karl. Manuscritos econômico-filosóficos. São Paulo: Boitempo, 2008.
MILANEZ, Felipe; SÁ, Lucia; KRENAK, Ailton; CRUZ, Felipe Sotto Maior; RAMOS, Elisa Urbano; JESUS; Genilson dos Santos de. Existência e diferença: O racismo contra os povos indígenas. Revista Direito e Práxis, Rio de Janeiro, v. 10, n. 3, p. 2161-2181, 2019. DOI: https://doi.org/10.1590/2179-8966/2019/43886. Disponível em: http://scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2179-89662019000302161. Acesso em: 20 fev. 2024.
ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO (OIT). Convenção n.º 169 sobre Povos Indígenas e Tribais. 1989. Disponível em: https://www.oas.org/dil/port/1989%20Conven%C3%A7%C3%A3o%20sobre%20Povos%20Ind%C3%ADgenas%20e%20Tribais%20Conven%C3%A7%C3%A3o%20OIT%20n%20%C2%BA%20169.pdf. Acesso em: 16 jan. 2025.
PEREIRA, Fernando de Lima Barbosa. Desenvolvimentismo e ecocídio: causa e (possível) consequência no contexto de ruptura das bases existenciais dos povos originários no Brasil. Boletim Científico Escola Superior do Ministério Público da União, Brasília, n. 51, p. 257-281, 2021. Disponível em:
https://escola.mpu.mp.br/publicacoescientificas/index.php/boletim/article/view/527. Acesso em: 29 jan. 2025.
RIBEIRO, Darcy. Os índios e a civilização. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1970.
RIBEIRO, Luis; CARDOSO, Cristina; SILVA, Sandra. Coronavírus, aprisionamento e saúde indígena: a invisibilidade do etno-genocídio de Estado. Confluências, v. 22, n. 2, p. 311-334, 2020.
SOUZA, Cristiane Luiza Sabino de. Racismo e Luta de classes na América Latina: as veias abertas do capitalismo dependente. 1. ed. São Paulo: HUCITEC, 2020.
SOUZA LIMA, Antonio Carlos de. Os povos indígenas na invenção do Brasil: na luta pela construção do respeito à pluralidade. In: Carlos Lessa. (Org.). Enciclopédia da brasilidade: auto-estima em verde amarelo. 1. ed. Rio de Janeiro: Casa da Palavra Produção Editorial, 2005.
STEIN, Stanley J.; STEIN, Bárbara H. A herança colonial da América Latina: ensaios de dependência econômica. 3. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983.
SUCHANEK, M. G. O. Povos indígenas no Brasil: de escravos a tutelados, uma difícil reconquista da liberdade. Confluências, v. 12, n. 1, p. 240-274, 2012.
BIBLIOGRAFIA
LUKÁCS, Georg. As bases ontológicas do pensamento e da atividade do homem. Temas de ciências humanas, nº 4, p. 1-18 São Paulo: Livraria Editora de Ciências Humanas, 1978. Disponível em: http://acervo.if.usp.br/uploads/IF/MS/V/IF-MS-V-01-012-0000-00124-0.pdf. Acesso em: 29 jan. 2025.
MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. A ideologia alemã. Tradução de Rubens Enderle, Nélio Schneider e Luciano Cavini Martorano. São Paulo: Boitempo, 2007.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Revista da Escola Judicial do TRT4

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.